sábado, 4 de outubro de 2008

Uma risada franca, ruidosa e demorada,

A maior parte do tempo que o ser humano gasta sorrindo, é feita de sorrisos falsos, outros contidos, de agrado e de alguma satisfação, mas a verdadeira risada, esta acontece poucas vezes na sua vida, e quando surge vem como o juggernaut dos x-men, “unstoppable”!

E não importa a ocasião, uma roda de amigos, uma reunião no trabalho ou andando sozinho na rua. As causas também são as mais variadas e absurdas possíveis, desde uma boa piada ou não tão boa, passando pela cena de alguém tropeçando, ou até simplesmente, presenciar o Senhor besouro bater na lâmpada acesa em pleno vôo, cair ao chão de costas e não conseguir se virar mais, a Dona besouro passo ao lado dele e sussurra: se vira garoto, você não nasceu quadrado. Bem amigos da rede Globo o romantismo não é mais o mesmo do início do namoro quando eram apenas larvas.

No meu caso, foi ao olhar pra trás e ver um amigo, em uma luta incansável com a escada rolante, pois tinha travado o sapato no vão dessa com o piso do shopping, ele tentou puxar com força, mais o resultado não foi o esperado, o sapato tênis veio sim, mas a escada ficou com a sua parte no trato, ele tentou voltar e pegar a sola de volta, mas era tarde, a rolante já havia se deliciado com o sabor da velha e pobre sola.

Um estralar e pronto, lá estava eu colocando a mão na boca, mais não adiantou, a risada franca, ruidosa e demorada se libertou, o prazer de ver seu amigo no meio de dezenas de pessoas, pisando com a meia no chão não tem preço, pra todas as outras coisas existe o cartão de crédito.

O sapato tênis havia se transformado em um vestido sobre o pé dele, enquanto isso eu já estava vermelho, lágrimas começaram a brotar dos meus olhos, a barriga doía por causa das contrações do diafragma, a situação não empolgava tanto uma amiga que estava conosco, não a culpo, não era o dia da sua verdadeira risada, enquanto o do vestido no pé, xingava de tudo quanto é nome a escada rolante, que permanecia impassível.

A multidão passava ao nosso lado, com olhares de reprovação pela minha alegria instantânea e de desprezo pelo meu amigo descalçado, e apesar de estarmos próximos a praça de alimentação, eu estava cagando e andando para o que eles pensavam de mim.

Um comentário:

Aminah disse...

Gostei dos seus post's, bem humorados com um requinte na elaboração dos textos...
Com relação a esse post em especial, inúmeras vezes tive meus cinco, dez ou mais minutos de risada incontida que poucos (ou só eu) conseguem entender...
Bjoss